terça-feira, 27 de setembro de 2011

BATIZADO


Antes de dar continuidade à minha passagem por Brasília e internação no tão afamado Centro de Reabilitação Sarah tenho uma novidade que irei contar à todos, agora, neste exato momento, sem trêlêlê, enrolação, ou, embromação, vou direto ao ponto sem mais churumelas (já estou enchendo linguiça), com objetividade.




Organizado pelo CRA-RR (Conselho Regional de Administração de Roraima), participei do XI ENCONTRO DE ADMINISTRADORES e II ENCONTRO DE TECNÓLOGOS EM ADMINISTRAÇÃO nos dias 23 e 24 de setembro, um evento que visou a comemoração dos 46 anos da Profissão do Administrador, além de promover momento de integração e conhecimento entre profissionais e estudantes. Foi minha reestréia na sociedade roraimense e o batismo da minha nova M3 que chegou com 80 dias depois de ter fechado as medidas junto à fábrica da Ortobras (e olha que o prometido era eu recebê-la com 35 dias eim). Lembrando que não foi uma nova aquisição por ter adorado a cadeira não, eu só recebi essa nova cadeira porque estava na garantia e, também, porque briguei pelos meus direitos pois, a cadeira de rodas são nossas pernas e delas dependemos totalmente para nos locomovermos.

No primeiro dia pela parte da tarde, deu-se inicio ao evento com minicursos a partir das 14h. Participei de dois minicursos com 2h de duração cada. O primeiro, que por sinal não gostei muito, foi na área da Excelência em Gestão. O ministrante do minicurso é um profissional muito qualificado com várias credenciais, mas, na minha humilde opinião, sem nenhum preparo para repassar seus conhecimentos. Já o segundo minicurso, das 16 as 18h, foi totalmente diferente. Profissional muito mais desenvolto buscando a interação com os participantes. Acho que atualmente, as palestras deveriam ser ministradas desta forma, com mais interatividade e bom humor, dinamismo e entusiasmo, essa é a tendência das palestras modernas. Pois bem, o segundo minicurso teve o tema Planejamento Estratégico, um tema que muito me agrada, assim como o primeiro tema também.




Bom, terminado a batalha lá pela Fares (uma das poucas faculdades particulares que temos por aqui), fui direto pro Sesc que fica no bairro Mecejana para assistir uma palestra e à entrega de prêmios em relação a trabalhos realizados por administradores em prol da sociedade roraimense. Então, já ia esquecendo, faço o cateterismo de 4 em 4 horas e às 18h antes de partir para o Sesc fiz meu cat no banheiro, não tão bom, da Faculdade Fares.

É, falta pouco para chegar onde eu quero, falta bem pouquinho para revelar o significado do título do post... hehehehe.

Depois de todo aquele cerimonial e entrega de premiação dali e daqui iniciou-se a palestra da Patricia Santos. Uma excelente palestra, não encontro nem adjetivos para tantos elogios para ela, e sua palestra... hehehehe.

Nesse meio tempo, já estava próximo do outro cat e eu ficando preocupado porque, além de estar sentindo dores (dores fora do normal, mesmo porque, dores eu sinto constantemente) os espasmos começaram a aparecer com mais freqüência e força. Isso era um sinal, sinal que poderia acontecer um acidente, mais cedo ou mais tarde. Detalhe, eu estava sem minha “sunguinha” de crochê. Eu estava todo confiante porque comecei a tomar um memedinho (Cloridrato de Oxibutinina – princípio ativo – que é o mesmo de Retemic – seu nome comercial) que tem como finalidade relaxar a musculatura da bexiga fazendo com que ela não fique muito espástica evitando perdas de urina antes do tempo.

E, parecia que eu estava prevendo que o acindente não iria demorar muito para acontecer, e, volta e meia, passava a mão no “documento” pra ver se estava tudo em ordem e, faltando 15min para as 22h, o pintinho “vomitou”. Foi bem pouquinho mas o bastante para que eu ficasse agoniado e logo em seguida, liguei pra mama vir me buscar. Até aí só tinha molhado as calças e a camisa. Quando chego em casa que faço a transferência do carro para cadeira...tchãn tchãn tchãn tchããããããããn, o batismo se completou. Me mijei todim e a cadeira foi junto. Tinha acabado de receber a cadeira (recebi na quinta-feira), ainda tava cheirando a novinha, mas, depois dessa vocês podem até imaginar como ficou o cheirinho dela né mesmo.

E como a gente só aprende “apanhando” no sábado eu fui prevenido e fui pra festinha com minha “sunguinha” de crochê que não vai durar muito tempo não, isso é só por enquanto, até eu ficar mais confiante na minha bexiga mas, já adianto uma coisa, acidentes sempre irão acontecer.


Um grande abraço a todos.


sábado, 24 de setembro de 2011

Impossível é apenas uma palavra.

Enquanto eu não posto mais um novo textinho eu deixo aqui um video para vocês se deliciarem.




Um grande abraço a todos.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

ALEIJADINHO DOS ARES






A minha mais nova aventura, ALEIJADINHO DOS ARES. Muita emoção, drama, comédia, aventura, tudo que se possa imaginar em, ALEIJADINHO DOS ARES.

Tudo começou quando recebemos a ligação do Sarah confirmando minha consulta para o dia 10/09/11 as 09:00. Logo depois, voltamos a ligação para informar o número de fax para que eles remetessem o documento que comprovaria minha consulta para dar entrada ao TFD. Demos entrada com o documento, passamos por entrevista com a Assistente Social e esperamos, assim, as passagens serem emitidas. Deu tudo certo. Beleza, agora, parece que vai sair essa tão esperada possível internação na tão afamada Rede Sarah de Reabilitação.

Então, tudo isso foi confirmado. Passagens em mãos, arruma malas daqui e dalí, corre pra lá e pra cá, sobe e desce, vai pro lado e pro outro. Pronto. Tudo prontinho para o ingresso à Brasília e a tão esperada internação na Rede Sarah de Reabilitação.

Embarcamos no dia 09/08/11 e fomos pela empresa aérea Gol. Foi aí que começou minha aventura, a mais nova delas, ALEIJADINHO DOS ARES. O embarque deste vôo estava previsto para 1h da madruga, mas ele atrasou e só fomos embarcar por volta das 3h, ou seja, um atraso de aproximadamente 2h. Este atraso se deu por um nevoeiro que baixou no Rio de Janeiro fechando os aeroportos (Galeão e Santos Dumont) por mais de 2h até voltar a sua normalidade. Até aí tudo tranqüilo para quem está viajando sem preocupações de tempo reduzido e outras coisas, porém, para nossa situação tudo se torna mais difícil em relação a tudo. Quando falo tudo é tudo mesmo, tudo que você possa imaginar para uma pessoa de mobilidade reduzida, uma delas são as dores de ficar por muito tempo sentado.


Procedimento de embarque feito com sua maior naturalidade sem nenhum percalço de trabalho. Decolamos em direção a Manaus. Vôo tranqüilo sem maiores problemas. Contabilizando as horas, eu já estava com mais de 4 horas, só de aeroporto e aeronave. O que quero dizer com isso? Nós precisamos fazer cateterismo para esvaziar a bexiga, pois com a lesão as funções renais e intestinais mudaram sensivelmente e não mais temos controle sobre eles. É isso mesmo que vocês estão imaginando, se eu vacilar posso mijar e/ou me cagar todo com apenas um espirro ou até mesmo através de uma piada muito bem contada (não é pra tanto pessoal). Seria trágico se não fosse cômico não é mesmo.

Pousamos em Manaus e mais atraso. Percebi que havia algo de errado com a aeronave. Era um vai e vem de técnicos, liga e desliga botões, testa isso e aquilo, e eu, já estava ficando preocupado com todo aquele movimento que nunca na minha vida de viajante (até parece que viajei tanto assim) tinha visto em todas as viagens aéreas que tive oportunidade de realizar. Minha mãe, acho eu, nem tinha percebido algo de estranho que, já em Boa Vista, eu havia notado uma movimentação estranha na aeronave que acabei tendo a confirmação quando pousamos em Manaus. Por conta disso, mais atraso no vôo, acho que uns 30 minutos além da normalidade.

Tudo certinho e em seus devidos conformes, decolamos para Brasília. Ufa, essa maratona vai acabar numa boa. Opa!!! Ainda ta faltando a melhor parte dessa aventura. Então vamos lá. A duração do vôo entre Manaus/Brasília, se não estiver enganado é de aproximadamente 3h de duração (arredondando). Agora vamos contabilizar o tempo: 4 + 0:30 + 3 = 7:30, ou seja, esse era o tempo aproximado que eu iria passar sem fazer o cateterismo. Lembrando que faço a cada 4h o esvaziamento da bexiga. Um pequeno detalhe que não havia comentado ainda é que eu tinha feito o cat (cateterismo) 10h da noite antes de ir ao aeroporto. Essa conta ta ficando complicada né. Para descomplicar de uma vez por todas, eu já estava a mais de 7h sem esvaziar a danada da bexiga.

Faltando por volta de 1h para pousarmos em Brasília comecei a apresentar sintomas de disreflexia autonômica (era uma quentura, uma pressão na altura do pescoço, um suador sem nexo, uma agonia inexplicável). Chamei o comissário de bordo e disse a ele que precisava urgentemente esvaziar a bexiga porque eu estava passando mal. Falei também que não tinha como me locomover por ser paraplégico e perguntei se tinha algum recurso para me isolar dos outros passageiros porque teria que colocar o pinto pra fora para fazer o cat. Pense numa situação constrangedora.

Foi aí que ele teve uma brilhante idéia. Posicionou o “carrinho” de recolher lixo no corredor da aeronave e disse: “Pronto meu amigo, fique à vontade”. Como vou ficar à vontade nessa situação? É ruim eim! Mas na hora do desespero, fechamos os olhos e esquecemos o que se passa ao nosso redor e... PINTO PRA FORA.

Eu lá fazendo o cat concentradíssimo chegando ao êxtase do alívio e quando dei por mim lá estava uma criança olhando tudo aquilo. Ela não estava entendendo nada, uma mistura de olhar curioso com assustado, coitadinho. Acho que ele nunca tinha visto algo parecido. E como sou sacana dei o maior susto nele...hehehehehe. Eu virei pra ele e disse: “EI MOLEQUE, O QUE TU TÁ OLHANDO AÍ EIM RAPÁ??? PERDEU ALGUMA COISA???” O susto foi tão grande que não sabia o que fazer no momento, tadinho dele...hehehehe.

Voltando ao cat, não parava de sair urina e o saquinho de um litro só fazia encher e encher. Eu já tava ficando preocupado em extravasar urina do saquinho, já pensou na merda que ia dar? Merda não ia dar, mas iria ser mijo pra todos os lados. No final das contas acho que eu tirei uns 800ml da bexiga. Pense num alívio. A bexiga tava totalmente rígida e fiquei com um medo danado de ter dado uma complicação maior. E olha que não foi a primeira vez que minha bexiga travou dessa forma não. Isso já tinha acontecido duas vezes já.

Mas entre mortos e feridos, minha bexiga, e claro, o dono dela, todos se salvaram ilesos.

Essa foi minha primeira historinha desta tão esperada internação no tão afamado Centro de Reabilitação Sarah Kubitcheck.

Depois eu conto mais historinhas verdadeiramente verídicas que aconteceram de verdade.


Um grande abraço a todos.