sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

PICADURA




Desde a minha internação em Boa Vista até minha alta já em São Paulo eu passei por poucas e boas. Em uma delas que me deparei, eu ainda estava internado no HGR – Hospital Geral de Roraima (Hospital Público e referência no Estado). Estava eu no trauma do dito hospital; pausa para uma breve explicação do que significa o trauma do HGR – trauma é a ala ou setor deste hospital onde os pacientes são deslocados para serem traumatizados...é isso mesmo...traumatizados, foi assim que fiquei depois da minha breve passagem por lá. 

Mas voltando ao assunto do “Estava eu no trauma...”, me deparei com uma situação inusitada; eu, deitado numa cama de hospital, todo quebrado, intubado pela narina e com um paninho na mão direita (que também tinha um sorinho com medicação) tendo que abanar uma mosquinha amiga minha chamada “colheguinha” que insistentemente teimava em querer pousar nas minhas raladuras (meu braço esquerdo tava todo ralado, dizem as más línguas que eu estava testando a qualidade do asfalto, mas até então não ganhei nada do INMETRO pelo trabalho realizado, acho que o trabalho ficou mal feito e terei que refazer...hehehehehe). 


Isso não é nada, o pior era a gritaria que era lá dentro. Era uma gemedeira danada, parecia uma sinfonia (se é que existe algo parecido) quando um parava de gemer o outro começava e assim os pacientes iam revezando e, no meio daquilo tudo, eu era um dos poucos que estava “comportadinho”, sempre fui comportadinho, MAMACUTTO que o diga, né não MAMA? Não me faça passar por mentiroso eim? 

Então, depois de um tempinho, aquela gritaria e gemedeira que me incomodava muito se tornou música para meus ouvidos e quando estava ficando bom que já estava até me “divertindo” com tudo aquilo, tive que deixar a orquestra na mão. Noooooooooossa senti muuuuuuuuuuita saudade daquele ambiente aconchegante, mas como tinha plano de saúde fui transferido para o Hospital da UNIMED. Foi aí que começou minha agonia com as “PICADURAS”.

Devido a tantas medicações intravenosas que comecei a tomar, as minhas veias começaram a “estourar”. Minhas mãos e braços pareciam peneiras de tão furados. As enfermeiras faziam revezamento entre mãos e braços, direta e esquerda e assim ia. As veias estavam ficando tão fracas que não segurava os acessos por muito tempo e acabei perdendo acessos e mais acessos. Minhas veias estavam “estourando” e com isso sentia muitas dores. Essa “veia estourada” é chamada de flebite. A flebite é um tipo de inflamação que aparece na parede das veias permitindo a aderência de plaquetas podendo causar dores, vermelhidão no local, edemas, e endurecimento das veias. (óiá!!! Expriquei certim, né não?).

Eu não aguentava mais estava desesperado mesmo e, já em São Paulo, pedia sempre pras enfermeiras fazer a punção venosa com todo carinho, como se elas fossem furar seus filhos. E num último momento de desespero já no centro cirúrgico antes de tomar o “dorme neném” ou o “boa noite cinderela” ou quem sabe o “amansa leão” ainda tive tempo de trocar algumas palavrinhas com o anestesista: “Doutor, pelo amor de Deus, eu to com todas as veias estouradas, não aplica aqui n...ZzZzZzZz...”. Aaaaaaaapaguei e só me dei conta que o infeliz usou minha veia mais que estourada quando cheguei na UTI para ficar em observação, ou seja, ele cagou pro meu pedido. Aleijadinho sofre, PQP.

Somente na UTI eles resolveram meu problema que poderia ser facilmente resolvido no centro cirúrgico mesmo. Eles introduziram um intra-cath que é um cateter que serve para administração de medicação endovenosa feita pela jugular. A partir daí passei a receber toda medicação pelo intra-cath e qualquer exame de sangue que eu precisasse fazer eu sempre pedia para o pessoal do laboratório colher as amostras de sangue da perna primeiro para dar um descanso para mãos e pernas e segundo porque eu não sentia nada mesmo (e eu sou leeeeeeeeesinho eim?) .

E assim foi até eu receber alta.


Um grande abraço a todos.


5 comentários:

  1. Oiii Luiz!!!

    Nossa! Imagino teu braço e a dor que deve causar isso, quando tiro sangue já vou na insegurança... Agora veias estouradas não deve ser muito confortável.... Ainda bem que passou pra perna, como vc disse, não sente né... Vencedor de obstáculos!!! Sabes quem é? Luiz Otávio, conheces??? Beijos enormes de sua fã!!!! =]

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  2. Pronto, não reclamo mais......o que é uma picadinha de abelha diante disso né?
    Há uns 4 anos estive internada por conta de uma infecção urinaria e minhas veias sumiam...que tortura. Imagino tua dor.......aff.....eu pirava.
    Muito bom o teu relato, nos faz pensar. E lembrei de uma frase do Chico Xavier que ssempre passa por minha cabeça quando estou com problemas: "TUDO NA VIDA PASSA. A DOR E A ALEGRIA."

    Estou começando a me viciar no teu blog hehehe

    Beijos carinhosos
    Kekel

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  3. Ai credo,no pescoço ninguém merece,fala sério??Coitado de vc amigo,mas a gente sempre passa por cara perrengue,mas não tá morto quem peleia kkkk
    (como diz os gauchos)
    bjs queridoo

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  4. Nossa Luiz!!!! Quanta coisa vc passou... ainda bem que ja passou essa fase. Que Deus te abençoe e te fortaleça cada vez mais. Beijos

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  5. oiiiii Luís aki e a ionara karla ,filha do Ilson,bem e bom saber ki apesar de tudo oke passou lida e ate mesmo conta com um certo humor ,sei ki e difícil lidar com todas as dificuldades adquiridas mais tenha fé em Deus,pois sei ki sabe que nada e impossivel para ele e continue sempre sorrindo pois vc e uma grande lição de vida a todos NÓS, que mesmo nao precisando de nada achamos ki precisamos de tudo!!!! tenha um ótimo ano novo viu ,tenho fé na sua recuperação ,fica com Deus !!! bjssssss

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