quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Final de Jogo








Depois de toda agonia da U.T.I. (Última Tentativa do Indivíduo) e os inesquecíveis e adoráveis momentos que desfrutei com “Azedocilda”, era chegado o grande momento do repouso do guerreiro, o momento que iria começar minha reabilitação, o recomeço de tudo...nem imaginava que seria tão difícil assim esse recomeço. Iria reaprender a ter equilíbrio, rolar na cama, levantar, sentar, engatinhar e mamar no peitinho (ops...rsrsrs).

ÊÊÊÊÊÊPA espera um pouquinho, entre a agonia da U.T.I. e a fase de reabilitação tão difícil, há uma fase muito mais difícil pros meus pais e para mim, a conversa que tivemos com o médico.

Na manhã seguinte a internação, o médico foi nos visitar. Foi um momento tenso para todos, mas vou ser muito sincero, eu estava preparado para o pior. Isso não quer dizer que eu seja pessimista, nada disso, ao contrário, sou um cara muito otimista. Eu sou realista. Preparei-me para o pior porque eu não queria ter uma grande frustração quando recebesse a notícia. E a notícia não foi a das melhores não.




A cena foi a seguinte. Eu na cama (claro né...Mané), meus pais de um lado da cama e o médico do outro. Só que o mais impressionante é que parecia que estava vendo aquilo tudo do alto, como se eu estivesse assistindo tudo de uma câmera ou através de uma filmagem, sei lá...louco isso né (DRAMALHÃO). Então o doutor começou a falar bem pausadamente, que é uma característica dele, relatando que a cirurgia tinha sido um sucesso e que minha coluna estava um “caco” (está entre aspas para não assustar muito.......mas que estava um caco, aaahhh isso tava sim)e que teve muito trabalho para “remendá-la” e foi aí que deu sua sentença.



“O LUIZ TEM APENAS 5% DE CHANCES DE VOLTAR A ANDAR.”


Quando ele disse isso eu virei pros meus pais e percebi a fisionomia de decepção, frustração e tristeza. Pareciam paralisados, não acreditavam no que estavam ouvindo, faltaram chorar, ali mesmo, na minha frente. A tristeza era tanta que por alguns segundos imaginei ter escutado batuque de escola de samba, mas não, eram apenas os batimentos cardíacos de meus pais (Tum Tum Tum ... Tum Tum Tum). Logo começaram trilhões de perguntas e o médico sempre taxativo,no entanto, continuei sereno participando daquela conversa somente com as “zureias”.

Meus pais tentaram me confortar, mas quem precisava de alento eram eles e cuidei de tranqüilizá-los. Talvez você pense, nossa o Luiz é um herói que não se abala com nada (Joseph Klimber), mas, naquele momento eu estava mais forte psicologicamente e fiz minha parte porque o “pior” estava por vir e tínhamos que “tocar o barco pra frente”, não podíamos “chorar pelo leite derramado” o que estava feito, já estava feito e não dava mais pra voltar atrás.

E como disse Chico Xavier:





“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”


Um grande abraço a todos.

Um comentário:

  1. "O LUIZ TEM APENAS 5% DE CHANCES DE VOLTAR A ANDAR." Mais tem um trilhão de chances de ser feliz, sei que é uma fase difícil para você, mais também sei que você é um "Garoto" muito forte e vai sair disso tudo com maestria... "E os guerreiros de verdade mantém o brilho no olhar"
    Abraço!!!
    E continue sempre assim... =]

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